Tributo a Melanie Klein | Grupo de Estudos de Psicanálise | Gep Rio Preto

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Tributo a Melanie Klein

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Por CERES LOURES MARTINS

Membro do Grupo de Estudos de Psicanálise de São José do Rio Preto e Região

Há 133 anos, no dia 30 de março de 1882, em Viena, numa família comum, veio ao mundo uma menina viva, inteligente e inquieta, chamada Melanie Reizes.

Muito jovem, foi marcada pelo sofrimento. Teve perdas significativas e viveu intensamente as dores do luto. Sua irmã Sedonie ,ainda criança morreu de doença pulmonar, e mais tarde, perdeu Emanuel, seu irmão mais velho .Essa morte a deixou devastada porque tinha com ele, uma ligação  bem próxima, com muita afinidade e confiança. 

Ele foi a estrela no firmamento das suas relações familiares e pessoais.

Ela casou-se com o engenheiro Artur Klein, amigo da família e pai de seus filhos. Dele adquiriu o sobrenome, mas não a realização amorosa.

Melanie não correspondia às expectativas do papel social da mulher daquela época.

Desde muito cedo, ela tinha angústias e anseios que não cabiam no seu mundo mental nem social.

Ela passou por episódios de depressão severa e procurou análise.

A leitura do livro, A Interpretação dos Sonhos, de Freud, foi um estímulo que despertou nela muita curiosidade.

 Sandor Ferenczi, seu primeiro analista, logo percebeu que Melanie possuía grande sensibilidade. Com Ferenczi suas ideias criativas encontraram campo fértil para nascer e crescer, amparadas no seu processo de análise.

Melanie propôs conceitos e desenvolveu técnicas para analisar crianças através do brincar. Compreendia e interpretava conteúdos inconscientes que as crianças traziam nas brincadeiras. Com aguda percepção, observava o lugar que as diversas fantasias ocupavam, em especial, as primitivas, que podiam ser fatores de grande relevância na origem dos sintomas. 

Melanie tinha um temperamento ousado, e aliado a uma aguda intuição feminina. Muitas vezes fez analogia entre as funções fisiológicas e o funcionamento da mente.

  Abriu possibilidades na clínica para incluir tratamento aos psicóticos, justamente pelo valor que dava à função das fantasias inconscientes. Percebeu que a qualidade das primeiras experiências nas relações mãe e bebê constituem os primeiros objetos com os quais o bebê pode se identificar por isso são de extrema importância para a compreensão da dinâmica mental.

Klein manteve a dualidade das forças pulsionais, de Freud e criou outros conceitos importantes, como o das posições esquizoparanóide e depressiva, identificação projetiva, culpa e reparação.  

Hoje, em março de 2025, Melanie Klein merece um tributo de gratidão dos profissionais que dedicam seu trabalho a desvendar os labirintos da alma humana, aliviando e dando sentido ao sofrimento e liberando a capacidade criativa. Seu pensamento trouxe luz e vigor à psicanálise.             

 Ceres Loures Martins, por ocasião da comemoração do aniversário de nascimento de Melanie Klein.

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