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O Infantil na mente da criança, do adolescente e do adulto

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Por JOSEFA MARIA DIAS DA SILVA FERNANDES

Membro do Grupo de Estudos de Psicanálise de São José do Rio Preto e Região

Na psicanálise, infância e infantil estão remetidos a estruturas conceituais diversas. Enquanto a infância refere-se a um tempo da realidade histórica, o infantil é atemporal e está remetido a conceitos como pulsão, recalque e inconsciente. 

Cenas e lembranças referentes aos primeiros anos de vida dos pacientes estão presentes nos escritos freudianos desde os seus primórdios. O que marca a elaboração teórica em torno deste período da vida humano e, consequentemente, o modo próprio como os psicanalistas ouvem os relatos de seus pacientes em relação aos seus primeiros anos de vida. É importante lembrar que essa compreensão do infantil tem uma ressonância fundamental no trabalho analítico. 

A criança que Freud descortina sente tristeza, solidão, raiva, desejos destrutivos, vive conflitos e contradições, é portadora de sexualidade, escapa ao controle da educação e “[...] é capaz da maior parte das manifestações psíquicas do amor, por exemplo, a ternura, a dedicação e o ciúme” (Freud, 1907/1976, p.139)

Assim, se o infantil na psicanálise é constituído em referência aos conceitos metapsicológicos em seu afastamento e diferenciação ao tempo da infância, embora que irrevogavelmente referido à mesma. O infantil diz do modo peculiar de tomar a infância no trabalho de análise, ou seja, como marca mnêmica recalcada, referente aos primeiros anos de vida.

Em linhas gerais, a principal característica da compreensão psicanalítica em relação à infância consiste no interesse de resgatar na fala   dos pacientes, na sua própria constituição como, também, seu modo de relembrar o passado. É exatamente este duplo movimento que o infantil estabelece – ao mesmo tempo em que constitui, ele próprio oferece modos de interpretação dessa constituição. 




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